Itaú Cultural
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Proposto pelo Núcleo de Artes Cênicas do Itaú Cultural e com consultoria de Maria Carolina Vasconcelos Oliveira, o instituto realiza o projeto O Lugar do Outro? entre os dias 23 e 25 de outubro.
O Lugar do Outro? consiste em intercâmbios que reúnem coletivos de teatro com propostas diferentes e que produzem em lugares distintos. “Quais são as diferenças de se produzir no centro ou na periferia? O que há em comum? Como evitar, de um lado, a estigmatização e, de outro, a neutralização dessas diferenças?” Para além das dicotomias, o encontro debate com artistas e pesquisadores a ocupação, a intervenção, os modos de organização e as produções culturais nas margens da cidade.
O evento conta com a participação de dois coletivos que produzem nas periferias da cidade, o Coletivo Dolores Boca Aberta Mecatrônica de Artes e o Capulanas Cia. de Arte Negra, que escolheram como pares a Cia. Antropofágica e o Grupo Clariô.
Confira a aba Programação para saber mais. Na aba Vídeos você também pode assistir alguns dos trabalhos do Coletivo Dolores Boca Aberta e da Cia. Antropofágica.
O Lugar do Outro?
quarta 23 a sexta 25 de outubro de 2013
quarta às 11h, 15h e 19h
quinta e sexta às 20h
Entrada franca – ingressos distribuídos com meia hora de antecedência
[livre para todos os públicos] L
[indicado para maiores de 18 anos] 18 espetáculo do dia 24 de outubro
25/10/2013 SEXTA-FEIRA - 20h às 20h40
Apresentação da experiência cênica: Capulanas Cia. de Arte Negra + Grupo Clariô de Teatro
duração: 40 min (aproximadamente)
Sala Itaú Cultural – 219 lugares
Entrada franca
[livre para todos os públicos] L
Os Grupo Clariô de Teatro e Capulanas Cia. de Arte Negra construíram suas histórias de vida e arte enraizadas na periferia da zona sul de São Paulo. O simples fato de cultivarem suas atividades em locais “adversos” ao circuito cultural paulista fez com que suas obras dialogassem em pensamento estético e político. Clariô e Capulanas já há alguns anos mantêm uma troca artística em mostras, movimentos culturais e saraus. A afinidade artística tem sido um disparador para permanentes encontros. O projeto O Lugar do Outro?, promovido pelo Itaú Cultural, antecipou uma aproximação cênica entre os dois grupos em que elementos da corporeidade do ator negro, da musicalidade afro-regional-brasileira e também da narrativa cênica periférica constroem um processo baseado no confronto de cenas já criadas em outras encenações convergidas no processo cênico chamado Travessias do Feminino Encruzilhadas na Arte Negra.
Capulanas Cia. de Arte Negra
Somos jovens, artistas e pretas interessadas em dialogar com a sociedade sobre as descobertas, os anseios e as percepções das mulheres negras e periféricas. Em nosso trabalho se faz presente a força da herança cultural da oralidade para a diáspora africana, que no Brasil está presente na cultura popular, evidenciada em diferentes regiões e de grande importância na integração com o mundo natural, na presença do sagrado, na valorização da memória e da ancestralidade.
Grupo Clariô de Teatro
Coletivo de arte resistente que busca, por meio da cena e da troca com outros coletivos, discutir a arte produzida pela periferia, na periferia e para a periferia. Desde 2002, segue com o objetivo de produzir e pensar o teatro e a música nas bordas da metrópole. Seu trabalho se concentra em Taboão da Serra, cidades-dormitórios e periferia da região metropolitana de São Paulo, onde se localiza o Espaço Clariô, local de formação e produção de pensamento junto à comunidade. Atualmente é considerado polo cultural de referência na região. Suas montagens tentam traduzir e questionar as inquietações políticas e artísticas do coletivo, que, mescladas à sua condição precária, propõem um caminho de estética própria, típica da periferia.
24/10/2013 QUINTA-FEIRA - 20h às 22h
Apresentação da experiência cênica: Coletivo Dolores Boca Aberta Mecatrônica de Artes + Cia. Antropofágica de Teatro
duração:120 min (aproximadamente)
Sala Itaú Cultural – 219 lugares
Entrada franca
[indicado para maiores de 18 anos] 18
Os encontros entre os grupos Dolores e Antropofágica buscam a interação estética entre os coletivos e, evidentemente, as interseções políticas, uma vez que partilham a compreensão do caráter indissociável desses fatores. Buscaremos as particularidades de seus universos principalmente no que tange a dicotomia centro e periferia para, por fim, ampliar horizontes no intuito de encontrar elementos de unidade discursiva e formal.
Cia. Antropofágica de Teatro
A Antropofágica é um grupo teatral de São Paulo com 30 integrantes interessados na reflexão crítica sobre a sociedade atual em diálogo com a cena e o teatro. Seu trabalho inclui peças, oficinas, a publicação da revista Bucho Ruminante, experimentos artísticos como Karroça, Kabaré e Máquinas de Intervenção Urbana, entre outros. A pesquisa histórica e literária é outra constante nos encaminhamentos do grupo, que mantém ainda, junto a colaboradores de outras áreas, o grupo de estudos Pindorama em Revista. Caracterizada por um processo de criação coletivizada, a Antropofágica tem como principais influências as obras de Oswald de Andrade, Tadeusz Kantor, Bertolt Brecht e o surrealismo, em conjunto com linguagens populares vindas do teatro de revista, do Carnaval, do teatro de rua, entre outras.
Coletivo Dolores Boca Aberta Mecatrônica de Artes
O coletivo surgiu em 2000, com sede no Jardim Triana, zona leste de São Paulo. É um dos grupos integrantes da ocupação autogestionada do CDC Vento Leste, espaço público cultural e desportivo da região. Realizou cerca de seis espetáculos, além de diversos saraus, cortejos de batucada carnavalesca, mutirões e estudos públicos. Receberam os prêmios Shell (2010, na categoria Especial, por A Saga do Menino Diamante), Cooperativa Paulista de Teatro (2010, também por Saga, na categoria Espetáculo em Espaço Não Convencional) e 2012 (na categoria Especial, pela Ocupação Festival Teatro Mutirão).
23/10/2013 QUARTA-FEIRA - 19h às 21h
Novas estéticas e novos parâmetros
Sala Vermelha – 70 lugares
Entrada franca
[livre para todos os públicos] L
A emergência de nova voz e nova produção na cena cultural da cidade nos obriga a repensar antigos parâmetros de estética e crítica. Buscaremos levantar esses questionamentos e discutir questões estéticas envolvidas no processo dos quatro grupos participantes do projeto.
Fala norteadora:
Valmir Santos - Necessidade de (re)pensar a crítica, superando dicotomias como profissional vs. amador, social vs. cultural etc. Militância como estética
Priscila Preta (Capulanas Cia. de Arte Negra), Naruna Costa (Grupo Clariô de Teatro), Danilo Monteiro (Coletivo Dolores Boca Aberta Mecatrônica de Artes) e Tiago Vasconcelos (Cia. Antropofágica de Teatro) - Sobre o projeto O Lugar do Outro?
Danilo Monteiro
Integrante do Coletivo Dolores Boca Aberta Mecatrônica de Artes desde 2001, em que tem desempenhado as funções de dramaturgo, ator, diretor, músico, faxineiro, cozinheiro, entre outras. Autor do livro de poemas Hoje Outro Nome Tem a Chuva e dos CDs Lua de 50 Centavos, Garoa (com a banda homônima), Poemusibrincanção (com o Contrabando), Trem de Cordas (com a banda homônima), Miudezas e Afins (com a cantora Kika). Fez assistência de direção na Companhia Ocamorana em 2012, em espetáculos, leituras e intervenções de rua. Realizou a dissertação de mestrado em teoria literária na USP Teatralidade na Palavra Poética em Paranoia de Roberto Piva.
Naruna Costa
Atriz formada pela Escola de Arte Dramática (EAD) e desde 1998 vem realizando trabalhos com importantes nomes no circuito teatral nacional e internacional como Cristiane Paoli Quito, Silvana Garcia, Lourenço Mutarelli, Ana Kfouri, Matt Wilde e Declan Donnellan. É uma das fundadoras do premiado Grupo Clariô de Teatro, que, desde 2005, mantém o Espaço Clariô, em Taboão da Serra. Além de atriz, Naruna é compositora e cantora. Em 2012 lançou seu primeiro disco, Girandêra.
Priscila Preta
Atriz, dançarina, poeta e artista educadora. Sua criatividade respira e transpira na Capulanas Cia. de Arte Negra e Umoja. Tem poesias nas antologias II e III do Sarau na Brasa, Negrafias3 da Editora Ciclo Continuo e na primeira antologia do Sarau da Ademar. Com a família Capulanas desenhou as escritas do [Em] Goma. Dos Pés à Cabeça, Os Quintais que Sou, publicação lançada em Moçambique em 2012.
Thiago Reis Vasconcelos
É integrante da Companhia Antropofágica e dirigiu vários espetáculos e intervenções teatrais. É professor de música e de teatro e um dos coordenadores do projeto de formação da Antropofágica, que envolve o desenvolvimento das oficinas do Ator Antropofágico e o Projeto de Formação de Atores (PY).
Valmir Santos
Jornalista, crítico e pesquisador teatral com atuação desde 1992. Coautor do site Teatrojornal – Leituras de Cena (teatrojornal.com.br). Tem passagens pelos veículos Folha de S.Paulo, Valor Econômico e Bravo!. É autor de capítulos ou livros com perfis históricos dos grupos Parlapatões, Patifes & Paspalhões (SP), Armazém Companhia de Teatro (RJ), Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz (RS) e Grupo XIX de Teatro (SP).
23/10/2013 QUARTA-FEIRA - 15h às 17h
Formas de organização e sobrevivência: a produção cultural nas margens da cidade
Sala Vermelha – 70 lugares
Entrada franca
[livre para todos os públicos] L
O foco são as formas de viabilização das produções culturais realizadas nas margens da cidade, tanto relacionadas a financiamento como a modelos de organização.
Mediação: Ana Paula do Val
Falas norteadoras:
Gil Marçal - Financiamento e apoio a produções culturais das periferias da cidade de São Paulo; importância, histórico e novas perspectivas
Aline Maria (Agência Popular Solano Trindade) - Formas de organização que viabilizam a produção cultural na periferia; estratégias, dificuldades, perspectivas. Foco: trabalho em coletivo, moeda, viabilidade econômica
Luciano Carvalho (Coletivo Dolores Boca Aberta Mecatrônica de Artes) - Formas de organização que viabilizam a produção cultural na periferia; estratégias, dificuldades, perspectivas. Foco: trabalho em coletivo, ocupação de um espaço público; acesso ao fomento e aos recursos públicos
Rita Maria (Sacolão das Artes) - Ocupação de espaço público, gestão participativa e comunitária
Aline Maria
Artista plástica com experiência acadêmica do Centro Universitário Ítalo-Brasileiro e Centro Universitário Belas Artes. Articuladora principal do projeto Ateliê Popularte, criado em maio de 2012 com apoio da Agência Popular de Cultura Solano Trindade e do Programa VAI.
Ana Paula do Val
Graduada em artes plásticas pela Stadelshule – Schule Belletristik de Frankfurt e em arquitetura e urbanismo pela Faap. Especialista em cultura e comunicação pela Universidade Paris-8, França. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Estudos Culturais da USP. Seus temas de pesquisa e atuação são: intervenções artísticas nos espaços urbanos, cartografias afetivas, gravura, mapeamentos urbano-culturais, cultura e cidade, planejamento urbano e regional, políticas culturais, gestão e mediação cultural, movimentos culturais. É pesquisadora de Políticas Públicas para o Acesso à Informação (GPOPAI-USP); docente do Observatório da Diversidade Cultural (MG); docente do Curso de Pós- Graduação em Gestão Cultural Fundaj (PE). Autora e organizadora do livro Santo Amaro em Rede: Culturas de Convivência, Sesc-SP, 2011.
Gil Marçal
É produtor cultural e formado em teatro do oprimido com Augusto Boal. Participou das produções da Semana de Arte Moderna da Periferia e da Caminhada Cultural Donde Miras. Produziu vídeos como o Curta Saraus e Aqui Tem Gente. Articulou a realização dos palcos cultura periférica em 2011 e palco dos saraus em 2012 na Virada Cultural de São Paulo. Foi coordenador do Programa VAI entre 2009 e 2012 e atualmente é diretor de Cidadania Cultural da Secretaria Municipal de Cultura da Cidade de São Paulo.
Luciano Carvalho
É um dos fundadores do Coletivo Dolores Boca Aberta Mecatrônica de Artes e desempenha as funções de dramaturgo, ator, diretor, articulador político, faxineiro e cozinheiro, entre outras. Realizou parcerias de dramaturgia e direção teatral junto às companhias Estável (O Homem Cavalo), Pombas Urbanas (projeto em andamento) e Parlendas (Marruá). Como ator, no cinema participou dos filmes Os Doze Trabalhos e De Passagem (ambos dirigidos por Ricardo Elias).
Rita Maria
Educadora com graduação em educação física na Universidade Ibirapuera (Unib), tem pós-graduação em globalização e cultura na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP). Faz parte do Coletivo Gestor Comunitário do Sacolão das Artes, espaço sociocultural.
23/10/2013 QUARTA-FEIRA - 11h às 13h
O Lugar do Outro?
Sala Vermelha – 70 lugares
Entrada franca
[livre para todos os públicos] L
Serão discutidas dimensões que foram centrais na concepção do projeto: convívio, diversidade, ocupação, centros e periferias e produção cultural como intervenção na cidade.
Apresentação e mediação: Sônia Sobral
Falas norteadoras:
Maria Carolina Vasconcelos Oliveira - Diversidade e convívio: reconhecimento de novos atores na cultura, mudanças de paradigmas nas políticas culturais, quebra de privilégios das classes artísticas institucionalizadas
Tiaraju Pablo D Andrea - Centros e periferias: o sujeito periférico, produção cultural nas margens da cidade
Amanda Freire (Cia. Antropofágica de Teatro) - Produção cultural como intervenção na cidade: a cidade como palco
Amanda Freire
Formada em filosofia pela USP. Atriz integrante da Cia. Antropofágica, com a qual realizou as peças A Tragédia de João de Maria; Terror e Miséria no Novo Mundo ‒ Parte 1 ‒ Estação Paraíso; Entre a Coroa e o Vampiro ‒ Terror e Miséria no Novo Mundo Parte II: o Império; Terror e Miséria no Novo Mundo Parte III ‒ Autópsia da República; Karroça Antropofágica e Kabaré Antropofágico. Também desenvolveu seu trabalho como atriz no Grupo de Teatro da Poli/USP com os espetáculos O Adversário e Bodenlos: sem Chão, este último apresentado em Praga, no Festival Apostrof, e em Berlim, na Universität der Künste. Dirigiu Perdoe-nos por Traí-lo e Peça Didática de Baden-Baden sobre o Acordo neste mesmo grupo. Atualmente participa do Fórum de Cultura de São Mateus e da Zona Leste.
Maria Carolina Vasconcelos Oliveira
Criadora, professora e pesquisadora em cultura. Com formação nas áreas de sociologia da cultura (é mestra e doutoranda pela USP) e dança (nível técnico), estuda e pesquisa temas relacionados à arte, à produção simbólica e à política cultural, além de desenvolver pesquisa de criação em dança aérea (com o Núcleo Desastre).
Tiaraju Pablo D’Andrea
Músico e sociólogo. Em 2007 lançou o CD Capacetes Coloridos. Fez diversas apresentações musicais no Brasil e no exterior e é membro do Coletivo Dolores Boca Aberta Mecatrônica de Artes. É graduado em ciências sociais pela USP (2005), mestre em sociologia urbana pela USP (2008) e doutor em sociologia pela USP (2013). Pesquisa produção social do espaço urbano, segregação socioespacial, preconceito social, representações sobre o urbano e produção artística de bairros periféricos.